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13/05/2015

Gestão de projetos em segurança e saúde é destaque em encontro da Indústria da Construção



O líder é fundamental para disseminar boas práticas de segurança e saúde do trabalhador em um canteiro de obras. De acordo com o engenheiro e consultor José Carlos Sampaio, as empresas de Construção Civil precisam observar melhor essa questão, pois um bom líder pode exercer grande influência entre os colaboradores e mantê-los motivados quanto às decisões estratégicas adotadas pela empresa.


Sampaio, que é especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Riscos e Acidentes de Origem Tecnológica, participou, nesta terça-feira (12/05), em Brasília, do Encontro Nacional de Segurança e Saúde na Construção do Brasil. O painel da tarde, “O que queremos da construção do Brasil?”, teve a participação de Sampaio e do médico Gustavo Nicolai. Eles compartilharam cases de sucesso e falaram sobre gestão eficiente de projetos e sistemas preventivos de segurança e saúde nas empresas da construção civil.


De acordo com ele, além de investir em líderes, o setor da construção civil precisa de novos processos: eliminar atividades que não agregam valor, modernizar equipamentos, investir em métodos construtivos mais industrializados, sistêmicos e eficientes e adotar Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde nas empresas.


Um sistema de gestão de segurança no trabalho deve ir além do cumprimento da NR-18. Somente assim, na avaliação de Sampaio, é possível criar uma metodologia de prevenção de acidentes aplicável a todas as atividades da empresa. Segundo ele, o tema deve permear, por exemplo, a criação de novas normas e livros didáticos, o planejamento estratégico das empresas, projetos, treinamento de funcionários, execução de obras e a área de tecnologia da informação.


Entre as ideias defendidas pelo especialista estão criar novas normas de Segurança e Saúde no trabalho (SST), estabelecer um programa de Boas Práticas de execução de obras e inovação na indústria da construção, proibir o uso de materiais que contenham substâncias nocivas à saúde do trabalhador e do meio ambiente e incentivar a participação de colaboradores nos processos. “As pessoas precisam participar. Sem comprometimento não existe motivação”, ressaltou o consultor.


Simulador de acidentes


O médico do trabalho Gustavo Nicolai também participou do segundo painel do evento e apresentou o Simulador Construindo Segurança e Saúde. O programa calcula, com base nos registros da empresa, qual o prejuízo real causado por problemas de segurança. Por meio do simulador, explicou Nicolai, é possível ter uma ideia do quanto é mais barato investir em equipamentos e práticas de prevenção.


O simulador mostra que, quanto mais incidentes ocorrerem na obra ou em qualquer ambiente de trabalho, maior será a base de cálculo do imposto. A frequência de acidentes, a gravidade e os custos definem o coeficiente do Fator Acidentário de Prevenção (FAP) — índice baseado no histórico da empresa que determina a variação tributária em situação de acidente. E o FAP pode onerar diretamente a folha de pagamento de uma empresa, pois afeta diretamente o valor do Seguro Acidentes de Trabalho (SAT). Para Nicolai, investimento em segurança e saúde no trabalho agrega valor e hoje não pode mais ser visto como custo pelas empresas.


Clique aqui e acesse o simulador lançado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).


As apresentações realizadas durante o Encontro Nacional de Segurança e Saúde na Construção do Brasil podem ser acessadas aqui e as fotos do evento estão disponíveis no Flickr da CBIC.