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01/02/2015

Comprar imóvel vai ficar mais caro

Autor: Jorge Luiz Oliveira de Almeida

Depois de um 2014 marcado por incertezas e insegurança, o ano começa com uma sinalização mais clara da política econômica a ser adotada pelo governo. As medidas até aqui anunciadas apontam para ajustes e recondução dos resultados da macroeconomia brasileira às metas pré-fixadas. Assim, apesar das projeções de baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), os especialistas veem 2015 como um período de realinhamento para um novo ciclo de crescimento do Brasil.

Em decorrência do atual momento de desaceleração econômica e redução dos investimentos, o crescimento do setor de Construção Civil e o desempenho do mercado imobiliário estão em um processo de adequação entre a oferta e a demanda.

Contudo, está descartada uma crise no setor. Tampouco há espaço para uma queda da média de preços nos próximos anos. Muito pelo contrário, as perspectivas são de valorização no médio e longo prazos, principalmente depois que a economia brasileira retomar a vertente de crescimento.

Por isso, fez bom negócio quem aproveitou 2014 e realizou o sonho da casa própria ou se mudou para um apartamento mais confortável. Além da valorização dos imóveis, a alta nos custos de aquisição passaram a pesar ainda mais o bolso do consumidor.

Hoje, quem decidiu apostar em uma queda dos preços de venda pode estar fazendo os cálculos do prejuízo. Isso porque, a Caixa Econômica Federal decidiu aumentar as taxas de juros no crédito imobiliário. Ou seja, quem tinha condições de financiar a compra do imóvel já em 2014, mas decidiu esperar, em janeiro deste ano viu o sonho da casa própria ficar mais caro.

De acordo com simulação para um imóvel de R$ 400 mil, realizada pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), antes da elevação dos juros, aquele comprador que possuía relacionamento e conta salário na Caixa pagaria no final do financiamento pelo SFH o valor de R$ 748.053,91. Agora, o valor total ao final de 30 anos saltou para R$ 767.449,48, uma diferença de R$ 19.395,57. Quase o valor de um carro popular novo.

Outro ponto que pode tornar a aquisição do imóvel ainda mais cara para quem postergar a decisão de compra é o aumento na tributação, principalmente o do Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis por Ato Oneroso "Inter Vivos" (ITBI).

Diante da necessidade de aumentar a arrecadação para equilibrar as contas públicas, prefeituras de todo o Brasil estão estudando e implementando aumentos nas alíquotas do tributo.

No caso mais específico de Belo Horizonte, uma tentativa já foi feita no ano passado e tudo indica que o ITBI deve subir de 2,5% para 3% neste ano. Deste modo, o valor pago para fazer a transferência de um imóvel avaliado em R$ 400 mil subirá de R$ 10 mil para R$ 12 mil. Um custo adicional de R$ 2 mil.

Historicamente, imóveis são tidos como investimentos muito seguros em tempos de crise por ser um patrimônio físico com tendência à valorização, além de transmitirem segurança e tranquilidade para toda a família. Assim, passado este momento de estabilidade, a retomada do crescimento do PIB deve dar novo impulso à valorização no mercado imobiliário.

Portanto, como hoje as perspectivas são de aumento dos custos de produção, devido à inflação, dos juros do financiamento e dos impostos, aproveitar as oportunidades disponíveis no mercado pode resultar em um ótimo negócio.

* Jorge Luiz Oliveira de Almeida é vice-presidente de Comunicação Social do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).

Publicado em 01/02/2015 no jornal Estado de Minas - BH (Lugar Certo)