Sinduscon – MG

Notícias

Home / Perspectiva tridimensional

Perspectiva tridimensional

Construtoras investem em maquetes nos estandes de venda para facilitar a compreensão do empreendimento Humberto Siqueira Cada vez mais presente nos estandes de lançamento dos empreendimentos imobiliários, a maquete tem sido valorizada por facilitar a visualização do imóvel pelos potenciais compradores. O aumento no uso dessa ferramenta gera dificuldades para conseguir obtê-la no mercado. São poucas as empresas especializadas. Há obras em Minas Gerais com maquetes sendo produzidas em São Paulo e até no Rio Grande do Sul. Os custos são altos, variando entre R$ 40 mil e R$ 200 mil. “A vantagem de um projeto robusto é poder proporcionar essas opções ao cliente sem grande impacto na participação de cada um nos custos, já que será rateado entre muitos proprietários”, avalia João Carlos Monteiro, gerente-geral de incorporação da Even. “Só com a maquete o cliente entende 100% de um projeto.” A maquete permite que as pessoas tenham uma visão tridimensional do projeto e é mais fácil de ser entendida do que a perspectiva de uma planta. Antenadas ao mercado cada vez mais exigente e competitivo, as construtoras investem na apresentação do produto para despertar o interesse do cliente. “As maquetes são estratégicas para que o leigo tenha noção de como será o empreendimento. A do empreendimento The Place, por exemplo, foi um investimento que valeu a pena, já que o público pode conferir, ainda no projeto, cada detalhe da construção. Quando o cliente compra um apartamento com maquete, ele vê e sabe exatamente o que está comprando”, ressalta o diretor de empreendimentos da Paranasa, Jânio Valeriano. Charme nas vendas Maquete permite ao cliente visualizar melhor o empreendimento e também ajuda os projetistas a detectar problemas na construção, antecipando-os e corrigindo-os Humberto Siqueira A velocidade dos lançamentos de empreendimentos imobiliários esquentou a concorrência e a briga dos marqueteiros das construtoras. Uma estratégia unânime entre eles é a exposição de uma maquete do imóvel, o que permite ao cliente visualizar em três dimensões como será o futuro empreendimento. Com isso, cresce a procura por esse mercado, que demanda um trabalho detalhista e minucioso e chega a custar o mesmo valor de um apartamento, entre R$ 40 mil e R$ 200 mil, dependendo do tamanho e das características de cada uma. Conforme Tiago Castelo Branco, arquiteto e diretor da empresa Maquetes Aristides Lourenço, além do cunho comercial, a maquete presta grande ajuda aos projetistas do empreendimento por permitir a visualização de problemas na construção, antecipando-os e corrigindo-os. “Ajuda a trazer soluções. Nas vendas, tem um carisma muito grande. Atrai a curiosidade do interessado, facilitando e aumentando a velocidade de vendas”, garante. Uma maquete leva de 21 a 30 dias para ficar pronta, envolvendo profissionais com bastante habilidade manual. Faz uso de muita madeira, compensados, acrílico e poliestireno. “A maquete permite aos visitantes se situarem proporcionalmente sobre o empreendimento. Tem ótima noção de tamanhos, altura, afastamento entre torres e com a rua, seu desenho e a noção do conjunto. Aliada ao apartamento decorado, dá ao interessado as informações necessárias para decidir pela compra, pois permite que o cliente entenda o conceito do produto”, defende João Carlos Monteiro, gerente-geral de incorporação da Even. Com dimensões cada vez maiores, chegando a 4m de largura, por 4m de comprimento e 3,4m de altura. Também já existe no mercado maquetes mecânicas que se abrem e mostram também a parte interna. “Não gosto dessa opção pois a escala é pequena e leva o cliente a se enganar, imaginando uma área menor”, diz Jânio Valeriano Alves, diretor da construtora Paranasa. Para o mais recente empreendimento da empresa, o The Place, Jânio disponibilizou no estande de vendas a maquete, fotos em perspectivas e TVs que exibem um tour virtual pelas dependências do futuro edifício. Tudo para permitir ao cliente visualizar o empreendimento da forma mais próxima da projetada. “Pela maquete é possível ter a noção da posição do edifício no terreno, das varandas, das áreas de lazer, altura em relação ao solo. São vários detalhes. Tenho experiências em comercializar imóveis com e sem esse artifício e certamente vale a pena fazer. Mostrar apenas a planta para o cliente não acrescenta muito. Nem sempre ele entende”, pondera Jânio, que pagou R$ 65 mil pela miniatura do lançamento. ARTESANAL Tiago lembra que construir uma maquete não é nada fácil. “Nosso trabalho é extremamente rigoroso. Paciência, criatividade, entendimento do projeto e habilidade manual são as principais aptidões que o bom maquetista precisa ter. E o mercado está escasso de bons profissionais, que acabam sendo formados na própria empresa.” As escalas mais recomendadas para as maquetes são 1:43 e 1:25. As dimensões devem seguir o projeto original baseadas nos desenhos entregues ao maquetista. O prazo de contratação também depende do tamanho do empreendimento. Para assegurar um bom trabalho, porém, deve ser feita com no mínimo 90 dias de antecedência. Com a demanda crescente, faltam escritórios especializados na confecção de maquetes. A escassez de mão-de-obra obriga as empresas contratantes do serviço a antecipar o planejamento. A dificuldade, nesse caso, está em conciliar a estratégia para lançar um empreendimento e o prazo pedido pelos maquetistas. “Normalmente, o prazo é de 20 a 30 dias, mas estamos pedindo mais. Com esse aquecimento do mercado da construção civil, estamos conseguindo atender apenas 70% dos pedidos”, revela Tiago. A maquete, por sua vez, apresenta duas desvantagens. A primeira se dá no transporte, já que estão cada vez maiores. Até por isso o trabalho de finalização na montagem da maquete muitas vezes deve ser feito no local onde será exposta. A segunda pela necessidade de o cliente ir ao estande de vendas para poder interagir com o produto. Por esse lado, o tour virtual é uma ferramenta atraente, pois pode ser enviado em DVD para os potenciais compradores em casa.