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Crise não impacta segmento imobiliário

Nem mesmo as pressões inflacionárias e a elevação dos juros que se refletem nos custos de produção e nas vendas do atacado e do varejo parecem interferir sobre o desempenho do segmento imobiliário na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A explicação apontada por representantes do setor é que o desequilíbrio entre oferta e demanda ainda é muito alto e a procura ficou reprimida por muitos anos. Assim, os imóveis continuam se valorizando e a velocidade de vendas crescendo. A estimativa é que os negócios não sejam afetados no curto prazo, pelo menos até 2009, desde que a inflação não permaneça alta por um longo período. De acordo com o presidente do Sindicato do Mercado Imobiliário e dos Condomínios de Minas Gerais (Secovi-MG), Ariano Cavalcanti, a inflação é uma ameaça clara ao crescimento macroeconômico e não é o desejado por ninguém. O dirigente disse que a conseqüência imediata já foi sentida porque o Banco Central já inverteu o viés da Selic, que já teve duas elevações seguidas e deve continuar subindo até o fim do ano. “Isso já retrai os ânimos e o otimismo que rondava o mercado. Apesar disso, ainda não houve redução na velocidade das vendas dos imóveis porque o mercado vinha de uma demanda reprimida muito forte. Mas, se a inflação permanecer elevada por muito tempo, com certeza, vai interferir na velocidade de vendas”, analisou. Cavalcanti informou que a valorização no preço do imóvel deve continuar porque o desequilíbrio entre oferta e demanda ainda é muito alto. Ele revelou que 63% das transações de imóveis estão concentradas na comercialização de apartamentos, que continuam com forte valorização exatamente porque a procura é muito alta. Mas disse que as vendas de terrenos, por exemplo, já apresentam retração porque os preços subiram tanto que não têm mais liquidez. Materiais – O economista do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Daniel Furletti, disse que a elevação dos custos com materiais não está ocorrendo de forma sistêmica e sim pontual. “Isso é natural para um segmento que está retomando o crescimento. Com maior demanda interna e também do mercado internacional, há elevação nos preços de alguns produtos”, revelou. Furletti disse que a expectativa é que no ano que vem a inflação já esteja a patamares menores, já que a elevação da Selic já deve ter refeltido sobre os preços finais. De acordo com o presidente da Associação do Comércio de Materiais de Construção de Minas Gerais (Acomac-MG), Ricardo Caus, mesmo com a elevação da inflação, a expectativa para os próximos meses é muito boa, já que o período de agosto a novembro é considerado o melhor para o setor. “Com a queda do dólar, as importações estão aumentando tanto para conseguir atender a demanda quanto para manter a competitividade no mercado e também para reduzir os custos”, revelou. ALINE LUZ