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Custo da construção dobra

Índice que mede os gastos com material e mão-de-obra em Belo Horizonte atinge 1,4% em junho, quase duas vezes mais que o de maio, de 0,73%. Inflação globalizada também pressiona setor Geórgea Choucair Só a madeira beneficiada chegou 10% mais cara nos depósitos de material de BH no mês passado A alta das commodities e a inflação globalizada estão puxando os preços dos produtos da construção civil para cima. O Custo Unitário Básico da Construção Civil (CUB/m2) em Belo Horizonte teve alta de 1,4% em junho, quase o dobro de maio, quando registrou aumento de 0,73%, segundo levantamento do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG). O índice mede o custo do material de construção e mão-de-obra na capital. O aumento de preço no mês passado foi registrado principalmente no segmento de materiais de construção (18 produtos aumentaram, seis tiveram queda e cinco ficaram estáveis). Já o custo da mão-de-obra ficou estável, A pesquisa detalhada do CUB vai ser divulgada pelo Sinduscon na próxima semana. No acumulado do ano, o CUB/m2 da capital mineira registrou alta de 4,14%. “A inflação brasileira nesse setor não é específica do país. O preço de material de construção está muito ligado às commodities”, afirma Daniel Furletti, coordenador sindical do Sinduscon-MG. A maior elevação no custo de material da construção este ano na capital tinha ocorrido em janeiro, com alta de 0,76%. No Brasil, o Índice Nacional da Construção Civil (INCC), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), teve alta de 2,67% em junho. O preço do material subiu 1,73% e o da mão-de-obra 3,75% no país. “A data-base dos trabalhadores da construção é diferente. Em Belo Horizonte, acontece em novembro, quando o índice costuma ter alta maior”, observa Furletti. A falta de pedreiros, eletricistas e encanadores é hoje o principal gargalo do setor de construção e, mesmo assim, as vendas de imóveis não param de crescer. O aquecimento do mercado imobiliário respinga no desempenho do setor. A previsão da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco) é de que as vendas do segmento aumentem 10% em 2008. O proprietário do depósito de material de construção Estrela Dalva, Nonato Magalhães, lista alguns produtos que recebeu com reajuste de preços em junho. O vergalhão, segundo ele, teve alta de 12%; a madeira beneficiada, de 10%; o tubo de PVC, de 5%; o piso de cerâmica, de 6%, e a areia, de 8% (o preço do metro cúbico saltou de R$ 45 para R$ 49). “Muita coisa já subiu de preço e outras estão com o reajuste programados. O tubo de PVC, por exemplo, já está programado para subir mais 5%”, afirma. Ritmo menor O Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), que mede a inflação na cidade de São Paulo, encerrou junho com alta de 0,96%, abaixo do resultado de maio (1,23%). Com isso, o índice no semestre acumulou alta de 3,80%, resultado superior aos 2,37% do mesmo período de 2007. Para a Fipe, a inflação de São Paulo continua num processo de leve desaceleração. Combate começa no campo Indústria de maquinário vai dar desconto para os pequenos agricultores A agricultura familiar é uma das grandes apostas do governo federal para conter a inflação, impulsionada pela aceleração do preço da comida. O Plano Safra Mais Alimentos, anunciado ontem – um dia depois da divulgação do Plano Safra 2008/2009, que prevê recursos de R$ 65 milhões para agricultura empresarial -, em Brasília, terá recursos de R$ 13 bilhões para os pequenos produtores. Quase metade dos recursos, R$ 6 bilhões, servirá para financiar a compra de máquinas e equipamentos. A expectativa é de que os agricultores comprem até 60 mil novos tratores e 300 mil novas máquinas e implementos nos próximos dois anos, com descontos que variam de 11,5% a 17,5%, conforme termo de cooperação firmado pelo governo com as indústrias do setor O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a produção familiar deve ir além da subsistência, destacando o momento atual, quando o mundo enfrenta baixos estoques de alimentos, como oportunidade para o país crescer sua participação no mercado internacional. O presidente afirmou ainda que não há motivo para perder o sono com a inflação. “Não há motivo para se perder nem meia hora de sono. O que nós precisamos é estar atentos para que a inflação não fuja ao controle”. Lula disse também que a falta de alimentos ainda precisa ser estudada e, por isso, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai montar uma equipe de especialistas, do governo e da iniciativa privada, para fazer um diagnóstico sobre o desabastecimento no mundo. Com o Mais Alimentos, o governo quer incentivar o aumento de produção principalmente de milho, feijão, arroz, mandioca, trigo, café e as atividades leiteira e avícola. Para isso, cada família terá uma linha de crédito de até R$ 100 mil. A medida deve beneficiar cerca de 1 milhão de produtores rurais até 2010, com juros de 2% ao ano e pagamento em até 10 anos. José Silva Soares, presidente das Emater do Brasil, destaca que o investimento no fortalecimento do órgão, responsável por dar suporte ao pequeno produtor, mais que dobrou em relação ao ano passado, saltando de R$ 171 milhões para R$ 397 milhões. Em Minas Gerais, o recurso passa de R$ 8 milhões para R$ 16 milhões. “Para crescer, o produtor precisa ter acesso a informação”, avalia Soares. No último ano, dos R$ 12 bilhões destinados à agricultura familiar, apenas R$ 9 bilhões foram investidos na produção. (Com agências)