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Custo da construção civil também vira vilão da inflação

Nem preços no atacado nem de alimentos subiram tanto Boom. O mercado imobiliário vive um dos melhores momentos da história e a especulação faz elevar preços das unidades e de reformas Rio e São Paulo. Além de os preços de alimentos continuarem subindo,mais um grupo de produtos vêm jogar ainda mais lenha na fogueira inflacionária: os custos da construção civil. “É o que mostra a segunda prévia de junho do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que apontou inflação de 1,83%, um avanço em comparação à alta de 1,54% nos preços em igual prévia em maio. A aceleração é também a mais alta, na mesma base de comparação, desde dezembro de 2002, quando esse tipo de indicador subiu 3,26%. Dos três itens que compõem o IGP-M o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) passou de 0,82% em maio para 2,84% em junho, a maior alta de junho de 1995. Na mesma base de comparação, o Índice de Preços por Atacado (IPA) passou de 2,02% para 2,05%; o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) saiu de alta de 0,47% para alta de 0,78%. Segundo o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, foi esse avanço mais intenso de preços na construção o responsável pela aceleração da segunda prévia do IGP-M de junho. Ele calculou que o INCC foi responsável por praticamente dois terços da aceleração do IGP-M. Ele observou que, em termos de peso, o setor da construção é o de menor participação no resultado do IGP-M, com apenas 10% do total do índice. Mas o avanço de preços no setor foi tão intenso que acabou por contribuir mais do que o atacado e o varejo na formação do índice – que representam 60% e 30% do total do índice, respectivamente. “Foi o avanço de preços da construção civil que contribuiu mais”, afirmou. O atual aquecimento da demanda no mercado interno tem puxado para cima os preços do setor há algum tempo. Na prática, os preços da construção têm sentido mais o impacto de repasses de elevações de preços no atacado do que a inflação do varejo. Isso porque, além da forte demanda no mercado interno, esse setor também já experimentava uma espécie de “boom” desde 2007, quando o número de empreendimentos aumentou. Com a demanda aquecida os aumentos de preços gerados por oferta mais pressionada ficaram ainda mais fortes ao longo de 2008. Esse cenário afeta tanto os preços de materiais quanto de mão-de-obra. Entre os materiais, os destaques ficaram por conta da elevação em aço (6,76%). Cesta básica Valor supera salário mínimo Essa semana, o custo médio da cesta básica em Belo Horizonte, medido pela Secretaria Municipal Adjunta de Abastecimento(SMAAB), foi de R$ 418,31, variando 0,26% quando se comparada ao preço da semana passada, que foi de R$ 417,22. O item alimentação, que tem seu preço elevado desde o mês de abril, é o responsável por fazer o custo médio da cesta superar o valor do atual salário mínimo. O custo médio da alimentação subiu de R$ 327,24 para R$ 358,22 nesta semana, variando 9,5% ou R$30,98 a mais. Nos alimentos, as variações de preços que mais influenciaram os resultados desta semana foram os da banana (5,1%),batata inglesa(4,0%),tomate(8,3%), carne de boi (2,2%) e feijão carioquinha(3,3%). No ano, o custo médio da alimentação subiu mais de 25,2%. Em pleno período de interessaria, a elevação de preços da carne de boi já era esperada, mas a forte alta do feijão surpreendeu o mercado. O preço dos produtos de limpeza e higiene pessoal sofreram ligeiras reduções em seus valores médios e passaram de R$60,51 na primeira semana de junho para R$ 60,09 ma semana passada. A pesquisa de preço foi realizada em 58 supermercados de BH. (Da redação) Medidas Governo deve reduzir seus gastos Rio de janeiro. Iniciativas para conter a velocidade de expansão do volume de crédito e a queda nos gastos governamentais são esperadas por economistas como acompanhamentos necessários à alta da Selic para domar a inflação nos próximos meses. Para especialistas, o Banco Central (BC) não dispõe, no momento, de muitas alternativas no cardápio de opções para reduzir o ritmo de crescimento na demanda do país e afastar o fantasma do descontrole inflacionário. No momento em que os automóveis são financiados em 72 meses e o prazo médio para operações de crédito à pessoa física chega a 457 dias – em janeiro do ano passado não ultrapassava 374 dias -, o chefe do departamento de economia da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas, lembra que “o BC tem alternativas para que os bancos possam conceder menos crédito”.