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BH: preços dos terrenos em queda

Boom vivido pela construção civil abriu espaço para a especulação imobiliária. Os preços dos terrenos na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) deverão ser normalizados nos próximos meses. A afirmação é do vice-presidente da Área Imobiliária do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Jackson Camara. Com o aquecimento do mercado imobiliário, propriedades chegaram a dobrar de preço no período de um ano em algumas regiões da Capital. De acordo com Camara, a tendência surge em virtude da velocidade de venda dos terrenos. “A áreas ficam à venda por seis a oito meses e não há negócio”, disse. Com isso, segundo ele, os proprietários estão percebendo que os valores praticados, atualmente em Belo Horizonte, estão fora da realidade e deverão reduzir os preços. Conforme o vice-presidente, o lançamento de empreendimentos imobiliários podem ser inviáveis devido aos preços dos terrenos. “A construtora teria que repassar o aumento para o valor final dos imóveis, o que ficaria muito acima do mercado”, disse. Para se ter um idéia do encarecimento das propriedades, um terreno no bairro Lourdes, região Centro-Sul da Capital, custava em média R$ 3 mil o metro quadrado há cerca de um ano. Atualmente, este valor pode alcançar R$ 6 mil o metro quadrado, conforme Camara. O cenário de encarecimento é atribuído à especulação imobiliária. “Não há escassez de terrenos em Belo Horizonte, o único problema é a valorização fora da realidade”, disse. A alta nos preços foi iniciada com o boom imobiliário registrado na RMBH. Para Camara, os vetores Norte e Sul da Capital ainda vão concentrar boa parte dos lançamentos. “As demais regiões não contam com novidades para atrair estes investimentos”, disse. Centro Administrativo – Os investimentos públicos deverão contribuir para o desenvolvimento do Vetor Norte. Conforme Camara, os empreendimentos poderão se concentrar ao longo da Linha Verde. O corredor visa melhorar o fluxo entre Belo Horizonte e o Aeroporto Internacional Tancredo Neves (AITN), em Confins (RMBH). “A mudança do Centro Administrativo de Minas Gerais também vai colaborar para atrair investimentos”, afirmou o vice-presidente. As obras da construção do centro estão orçadas em R$ 900 milhões. No Vetor Sul, principalmente no bairro Belvedere e em parte de Nova Lima, muitos empreendimentos já foram lançados. Naquela região os imóveis são voltados para a população com maior poder aquisitivo, conforme Camara. O mercado imobiliário movimentou R$ 2,255 bilhões no primeiro semestre deste ano. Isto representa um incremento de 12,75% na comparação com o mesmo período do exercício passado, quando foram registrados R$ 2 bilhões. Os dados são da pesquisa do Sindicato do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (Secovi-MG) e Instituto de Pesquisas Econômicas e Administrativas (Ipead). O presidente do Secovi-MG, Ariano Cavalcanti de Paula, já havia afirmado que no segundo semestre os resultados deverão continuar positivos, mas com possibilidade de registrar resultados mais tímidos. O cenário é atribuído à valorização dos terrenos, que continuará dificultando a compra por parte das construtoras. RAFAEL TOMAZ