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26/04/2015

A hora e a vez do comprador

Autor: Jorge Luiz Oliveira de Almeida

O atual momento é do comprador no mercado imobiliário. Com a oferta em alta, os interessados em adquirir um imóvel agora podem escolher a opção mais adequada às suas necessidades. Há oportunidades para quem quer comprar a casa própria, quem busca um novo espaço para a empresa e para quem quer investir no médio prazo.

Recentemente, nos anos em que o mercado se aqueceu de forma rápida, principalmente em 2010, havia estoque baixo e escassez de empreendimentos sendo concluídos, possibilitando que os valores dos imóveis conseguissem ser atualizados depois de um período de defasagem.

Aquele momento mais dinâmico motivou o aumento de lançamentos observados nos últimos anos e que, depois de três, quatro ou cinco anos da fase de obras, estão sendo concluídos agora. Isso e a desaceleração da economia brasileira possibilitaram uma elevação nos estoques.

Se há quatro anos o comprador tinha dificuldades de achar um apartamento ao seu gosto, devido à grande procura por outros consumidores, hoje, o momento é propício para uma boa compra. Com grande volume de unidades em oferta, as famílias estão encontrando apartamentos com uma relação entre custo e benefício interessante.

A situação é melhor do que no passado e, possivelmente, melhor do que essas famílias encontrarão no médio prazo. Isso porque, observamos uma estagnação no volume de lançamentos e, quando a economia retomar a vertente de crescimento, poderemos ter nova queda no estoque e, consequentemente, uma valorização dos imóveis.

O ano de 2015 é de ajustes, mas já há quem vislumbre o final de 2016 e 2017 como marcos da recuperação da economia brasileira. Entretanto, cabe lembrar que a demanda da população por moradia permanece crescendo, visto o crescimento e formação de novas famílias.

Segundo pesquisa recentemente divulgada pela MRV Engenharia, a compra da casa própria se dá cada vez mais cedo. Se há 20 anos eram poucos os jovens que compravam um apartamento antes dos 30 anos de idade. Hoje, a situação é outra. Metade dos clientes da construtora tem entre 21 e 30 anos. Além disso, desses, cerca de 75% são solteiros que estão planejando estruturar uma nova família.

Ou seja, passando o atual momento de desconfiança no ambiente macroeconômico no País, o mercado imobiliário vai se reaquecer. É preciso pontuar ainda que é em momentos de baixa do mercado que investidores aproveitam para ir às compras com o intuito de lucrar no médio prazo.

A maior oferta é também uma grande oportunidade para empresas e profissionais liberais. Se antes, com o mercado aquecido, o preço das salas e andares corridos restringia o horizonte de investimento no negócio, agora, empresários podem colocar em pauta a reestruturação física da empresa.

Com variadas opções de imóveis comerciais disponíveis, o empreendedor pode ir ao mercado de imóveis em busca de um ativo que aumente a competitividade da sua empresa. Em alguns ramos de atividades a localização é determinante para a obtenção e manutenção de clientes.

Outro ponto é que a mudança para instalações mais adequadas. Além da possibilidade de instalar a empresa em um prédio mais novo, as edificações recém-inauguradas possuem sistemas modernos que melhoraram a eficiência energética e de água. Em tempos de racionamento e de bandeiras tarifárias, a mudança pode, inclusive, resultar em economia nos custos da empresa.

Portanto, o momento é ideal para o comprador que busca imóveis bons e bem localizados. Contudo, não se pode deixar cair na ilusão e achar que essa situação vai durar. Como o segmento imobiliário é muito dinâmico, a virada do mercado e uma nova onda de valorização podem acontecer em pouco tempo, por isso postergar a decisão de compra pode ser um erro.

* Jorge Luiz Oliveira de Almeida é vice-presidente de Comunicação Social do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).

Publicado em 26/04/2015 no jornal Estado de Minas - BH (Lugar Certo)