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Atraso na entrega de material preocupa construtoras em MG

Construção civil. Eventos simultâneos em Belo Horizonte reúnem a cadeia produtiva do setor no Estado Expectativa de crescimento para 2008 gira em torno dos 7% Helenice Laguardia O setor da construção civil ocupa 700 mil pessoas em Minas Gerais e deve crescer até 7% em 2008, mas enfrenta uma fragilidade: as concreteiras de cimento e distribuidoras de aço não estão dando conta de entregar os pedidos. Se antes a entrega acontecia em uma semana, hoje, a construtora aguarda de 15 a 20 dias para receber o que pediu. “Não está faltando produto, o que existe é carência de infra-estrutura”, afirmou o presidente da Câmara da Indústria da Construção da Fiemg, Teodomiro Diniz Camargos, durante o lançamento da quinta edição do “Minascon 2008”, em Belo Horizonte. O presidente do Sinduscon-MG, Walter Bernardes de Castro, informou que o problema dos atrasos perdura há seis meses. “Mas nada que cause gargalo no setor”, tranqüilizou. O Minascon 2008 reúne mais de 20 eventos simultâneos, além da primeira feira de tecnologia da indústria da construção de Minas Gerais e o Salão Imobiliário, que se estende até o próximo domingo. No Expominas, a expectativa é de 25 mil visitantes que poderão adquirir um dos 3.000 imóveis ofertados, de R$ 200 mil até R$ 3 milhões. Questionado sobre o aumento explosivo do preço dos imóveis em Belo Horizonte, o presidente do Sinduscon-MG, Walter Bernardes, culpou a alta do preço dos insumos básicos e o preço dos terrenos. “Há dois anos, um terreno da região central custava R$ 1.000, o metro quadrado. Hoje, os proprietários estão pedindo R$ 6.000”, justificou. O lucro líquido médio das construtoras, de acordo com Walter Bernardes, é de 15% em cada negócio. “O momento é de reflexão e preocupação com o futuro. Como a cadeia vai dar conta da enorme demanda que se formou”, pergunta Teodomiro Diniz, diante do boom do mercado imobiliário e da falta de preparação do setor. Os números endossam a preocupação. De janeiro a julho de 2008 foram 1.694 lançamentos, o maior volume observado desde 2001, de acordo com números do Sinduscon-MG. Um crescimento de 50,58% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram lançados 1.125 imóveis. O ano de 2008 deve registrar o quinto ano consecutivo de crescimento e, apesar dos números robustos, o crédito imobiliário no país representa cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB). O salão imobiliário funciona das 15h às 22h durante a semana e das 10h às 22h no sábado e domingo, com entrada gratuita. Porém, o preço do estacionamento está em R$ 7. Capacitação Falta de mão-de-obra atualizada é problema Qualificação. A palavra é recorrente dos empresários mineiros que tentam encontrar profissionais atualizados para trabalhar em suas obras. “A gente coloca anúncio e os engenheiros aparecem, Mas, como eles foram trabalhar em outras atividades não acompanharam a rápida expansão do mercado”, exemplifica o presidente do Sinduscon, Walter Bernardes de Castro. Como ninguém quer procurar agulha num palheiro, o Sinduscon-MG espera a chegada de R$ 2 milhões, conseguidos por meio de verba parlamentar para iniciar um programa de qualificação de engenheiros, mestres de obra e até serventes de pedreiro. O treinamento dentro do canteiro de obras também terá outros R$ 12 milhões do Ministério do Trabalho para atender à região metropolitana de Belo Horizonte. A construção civil mineira tem 268.588 trabalhadores formais. (HL) Otimismo Setor afirma estar descolado da crise O Brasil está fora da bolha especulatória do mercado imobiliário norte-americano. A análise do empresário Teodomiro Diniz Camargos se baseia na estabilidade da economia do país e no formato dos contratos da casa própria. “Nossos recursos estão baseados na poupança e não são mais hipotecários como nos Estados Unidos”, acrescentou o presidente do sinduscon-MG, Walter Bernardes, sobre a base fiduciária dos contratos bancários na liberação de crédito para a compra da casa própria. Ou seja, o imóvel como garantia de pagamento do financiamento. As oscilações na Bolsa de Valores preocupam o setor em apenas um aspecto. “Se a Bolsa não tiver condições de captar, pode deixar de alavancar novos investimentos”, ressalta Teodomiro Camargos diante do número considerável de construtoras paulistas e até mineiras que lançaram papéis na Bovespa. (HL)