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Aço pressiona os preços da construção civil em MG

Insumo tem participação entre 7% e 9% no orçamento de uma obra. O aço, mais uma vez, foi o grande vilão no aumento do Custo Unitário Básico da Construção (CUB), que em setembro sofreu incremento de 0,81% frente ao mês anterior, de acordo informações do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG). Somente no último mês, a majoração do insumo foi de 6,01%, enquanto de janeiro a setembro a elevação foi de 57,01%. Entre outubro de 2007 e setembro de 2008 o reajuste foi ainda maior, de R$ 61,91%. De acordo com o economista do Sinduscon-MG Daniel Furletti, o aumento no custo da construção é preocupante, pois apesar de o índice ter sofrido desaceleração de uma maneira geral, a alta foi relacionada, principalmente, ao incremento do preço do insumo. O aço tem participação entre 7% e 9% no orçamento de uma obra, valor considerado representativo no custo dos imóveis. Para o economista, o aumento foi considerado, pois ficou bem acima das tabelas que medem a inflação, como o Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) e o Índice Nacional de Preço de Mercado (IGP-M), que registraram elevação de 9% também de janeiro a setembro deste ano. No Índice Nacional da Construção Civil (INCC), foi observado reajuste de 10,27% nos nove primeiros meses deste ano, frente ao mesmo intervalo anterior. O CUB é dividido em quatro categorias e em setembro somente a de materiais teve os preços elevados, chegando a uma alta de 1,69%. Essa foi a quinta elevação consecutiva neste ano acima de 1,5%. A mão-de-obra e o aluguel de equipamento permaneceram estáveis e as despesas administrativas alcançaram queda de 1,28% em setembro frente ao mês anterior. Impacto – Em agosto, a variação do CUB foi de 2,96% frente a julho deste ano. Além do aço CA 50 10 mm, outros materiais sofreram incremento nos preços. A telha de fibrocimento ondulado 6mm 2,44 x 1,10 m teve reajuste de 15,93%, a porta semi-oca para pintura, com elevação de 7,37%, a chapa de compensado plastificado, com majoração de 5,43% e a brita, de 4,12%. No entanto, Furletti ressaltou que a taxa de aumento de setembro foi a mais baixa registrada nos últimos meses. “Não há uma correspondência direta entre aumento do custo da construção e repasse para os preços dos imóveis. Há a tendência de que as unidades de habitação sejam reajustadas, quando passam a custar mais para serem construídas, mas este fator estaria mais relacionado ao aquecimento do mercado imobiliário do que ao aumento do custo da construção”, disse. Segundo o economista, a crise do mercado financeiro mundial deve ter impacto no setor da construção, principalmente a partir do próximo ano, pois os lançamentos imobiliários que seriam realizados em 2008 já tiveram os aportes garantidos. No entanto, o economista destacou que não se pode fazer confusão sobre a turbulência econômica que estaria mais ligada ao setor imobiliário dos Estados Unidos, do que ao segmento no Brasil. Para Furletti, o mercado de imóveis em território brasileiro é mais sólido do que o norte-americano, pois o crédito imobiliário aqui corresponde apenas a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, enquanto nos EUA chega a representar 69% da riqueza nacional. “A concessão do crédito brasileiro é bastante criteriosa e não será prejudicada em um primeiro momento pelos problemas econômicos das bolsas dos países ricos”, disse. CAMILA COUTINHO